Quem é desonesto no pouco é desonesto no muito

Dizem que a corrupção é endêmica no Brasil. Na verdade, aqui, endêmica é a hipocrisia. Entre denúncias de corrupção ativa e passiva comprovadas por meio de filmagens, todos correm tentando comprovar o incomprovável. Desculpar o indesculpável. Argumentar sobre o impossível. Quem aceita favores políticos não pode reclamar de políticos corruptos. Quem aceita presentes de políticos não pode se escandalizar com verbas públicas desviadas. Cobrador de ônibus dá troco errado propositalmente, não pode reclamar de político, posto se este estivesse lá, faria o que já está fazendo: Roubando o que não é seu. Dona de casa que compra uma dúzia de laranjas mas coloca 13 unidades na sacola é uma candidata a colocar um milhão a mais no bolso durante a construção de uma escola. Quem é desonesto no pouco é desonesto no muito. A hipocrisia cega da sociedade me assusta, pois enxerga o erro alheio, mas não vê a trave no próprio olho. Precisamos mudar no pouco para que traga transformação no muito.

A hora da verdade vem se aproximando. Incapaz de dar equilíbrio ao esgarçado tecido social, submetido ao calvário diário de sistemas pouco eficientes em áreas estratégicas como saúde, transporte publico e educação, o País caminha a passos largos e perigosos para o risco de uma convulsão social. O cenário que se aproxima é perturbador. Agora parece ser tarde demais. OREMOS!

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