Double bottom line versus OBZ


orçamento base zero (OBZ) foi testado pela primeira vez na década de 60 pela empresa americana Texas Instruments. Posteriormente, em vista do êxito obtido nesta experiência, o ex-Presidente Jimmy Carter, então governador do estado da Geórgia, contratou os executivos que haviam desenvolvido esta técnica na Texas Instruments para implanta-la em seu estado, o que foi feito com grande sucesso. Mais tarde, em 1973, Peter A. Phyrr, que havia participado destes dois projetos, escreveu um livro - Zero-Base Budgeting - que foi publicado pela John Wiley & Sons, Inc.

De lá para cá, têm surgido várias versões desta técnica, cada uma delas apresentando pequenas variações visando adapta-la à realidade de diferentes empresas. A obsessão com o o controle de custo que tem sido um dos pilares da gestão das empresas.

O orçamento base zero consiste, em última análise, em solicitar que os gerentes justifiquem em detalhes suas necessidades de recursos e transferir para eles, gerentes, o ônus da prova para que justifique os gastos propostos. Para isto, o orçamento base zero parte de duas premissas e se baseia em duas idéias principais: O bom orçamento deve assegurar a sobrevivência da empresa no pior cenário e ser capaz de aproveitar as oportunidades advindas dos melhores cenários; e O orçamento é uma técnica de alocação eficiente de recursos.

Trata-se de uma eficiente ferramenta para ajudar os gestores na obtenção de resultado a curto prazo, mas se não for aplicada com parcimônia irá comprometer a longevidade da companhia. Segundo uma recente pesquisa publicada pela consultoria Bain&Company, 38% das 406 empresas pesquisadas americanas aplicaram o orçamento base zero em 2016, frente aos 10% em 2014 na mesma pesquisa. Trata-se de uma ferramenta que leva os gestores a questionar os custos constantemente, diferente do orçamento tradicional que incorpora os "esqueletos". A ferramente leva o gestor a uma busca da eficiência. A sua implantação obriga o gestor a uma forte disciplina e acima de tudo ser exemplo do não desperdício.

O OBZ não funciona em todos os lugares, segundo uma levantamento da consultoria Deloitte, 65% das empresas que adotaram o OBZ falharam nas suas metas. O maior risco é quando o método passa a tolher a criatividade e a inovação. Projetos inovadores demoram para maturar e apresentar resultados e ficam tolidos em uma empresa "voltada para meritocracia".

Nas ultimas décadas temos assistido o sucesso dos discípulos do triunvirato, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Sucupira, sócios do 3G Capital na implantação do método por onde passam. Suas conquistas nos resultados vem criando organizações gigantescas, anorexias e pouco diversificadas, por enquanto estão com o placar de 7 a 1 no mundo corporativo. A sociedade tem reagido na busca de organizações com propósito e crescimento sustentável.

O que define um negócio são as pessoas e não o dinheiro. Ao longo do tempo, se você causa um impacto positivo na vida dos outros, você consequentemente terá um negócio lucrativo e bem-sucedido.

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