Cuidado a picada é mortal

O Escorpião e o Sapo é uma fábula sobre um escorpião que pede a um sapo que o leve através de um rio. O sapo tem medo de ser picado durante a viagem, mas o escorpião argumenta que se picar o sapo, o sapo iria afundar e o escorpião iria se afogar. O sapo concorda e começa a carregar o escorpião, mas no meio do caminho, o escorpião, de fato, ferroa o sapo, condenando ambos. Quando perguntado por que, o escorpião responde que esta é a sua natureza.
Diariamente a natureza se revela nas suas atitudes. Os sapos que sabem que não devem levar os escorpiões através do rio, mesmo assim sempre se sujeitam a suas ferroadas. Acabam caindo no argumento racional do escorpião de que suas atitudes são sempre pensadas e corretas. Afinal de contas quem pode imaginar que o escorpião vai ferroar o sapo em plena travessia arriscada da correnteza da vida?
Somos todos dependentes do coletivo e cada vez mais estamos focados nas escolhas individuais, ao contrário do que se passa com o reino animal não agimos mais naturalmente. Hoje nossa existência precede nossa essência.O individualismo aflorado chegou nos lares onde cada vez mais os casais em nome do seu individualismo não optam em ter filhos.
Este comportamento fica exacerbado nas relações corporativas. A nossa existência e o momento de vida manifestam em ferroadas mortais a cada correnteza. Num instante a sua dependência é total da ajuda do sapo, mas diferentemente da fábula o escorpião espera o sapo chegar na outra margem e aplica imediatamente a ferroada. 
A pratica corporativa vem incorporando cada vez mais a troca da essência pela existência.  A frase: "Faço o que quero e quando quero". Virou um dos principais valores nas empresas. Hoje os lideres possuem dificuldade de conseguir focar um interesse coletivo, sem agradar os interesses individuais.
A minha experiência demonstra que empresas em extrema dificuldade acabam conseguindo conquistas coletivas com mais objetividade. 
A parte mais difícil da gestão de uma empresa é levar o seus liderados a trocar os interesses individuais por interesses coletivos. Isto não é da natureza humana. Os melhores gestores foram aqueles que conseguiam ressaltar os interesses individuais de cada colaborador de forma coletiva. Esta é a base da meritocracia tão em voga nas organizações de sucesso. Devemos sempre tomar cuidado em não criar um grupo de mercenários, o que torna predatório o ambiente organizacional.
Cada vez mais os escorpiões estarão manifestando sua natureza nas organizações.

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