Tempestade Perfeita

O Brasil é um dos países emergentes com a maior carga tributária bruta do mundo, chegando a incríveis 33,6%* do nosso PIB, em 2017. No acumulado em doze meses até maio/2018, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$95,9 bilhões (1,44% do PIB). Em doze meses, os juros nominais alcançaram R$384,3 bilhões (5,77% do PIB).

A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – que compreende o Governo Federal, o INSS, e os governos estaduais e municipais – alcançou R$5.133,3 bilhões em maio, equivalente a 77% do PIB. Dívida pública do Brasil pode chegar a quase 100% do PIB, segundo o FMI, até 2023.A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,7% no trimestre encerrado em maio 2018, (IBGE).

O saldo das operações de crédito do sistema financeiro para famílias e empresas atingiu R$3,1 trilhões em maio de 2018 representa 46,6% do PIB, em maio de 2018. Apoiados no crédito a pessoa física, os quatro maiores bancos de capital aberto apresentaram no segundo trimestre de 2018 lucro acima dos R$ 18,0 bilhões.

O setor da construção civil encolheu 20,5% nos últimos quatro anos, fechou 1,2 milhão de vagas em todo o País e se mantém no mesmo patamar de 2009, para onde retrocedeu após a crise. O desempenho só não é pior que o registrado no início da “década perdida”, quando a construção recuou 22,5% entre 1981 e 1984.

A Economia vive de expectativa que é o sentimento de antecipação de algum acontecimento futuro (que acaba por se traduzir em ação no tempo presente). Aguardando uma situação, desde já se supõe que os agentes econômicos (as pessoas) tomarão certas atitudes para aproveitar melhor as oportunidades e/ou mitigar da melhor maneira possível os danos a enfrentar.

Apesar dos indicadores apontarem para permanência do processo recessivo, o PIB do 1o. trimestre de 2018 apontou o inicio do processo de recuperação, bem lento, da economia que foi assolado no segundo trimestre pela greve promovida pelos caminhoneiros.

 O setor de transporte de cargas brasileiro vive a chamada tempestade perfeita. Baixa da Demanda provocada pela recessão, Alta da Oferta de transporte motivado pelos subsídios de 2009 que aumentaram a frota em 35% passando para mais de 1,88 milhões de unidades. Crise cambial aliada ao aumento do petróleo com uma politica de repasse integral nos preços dos derivados.

A escolha do setor foi parar o País em troca de subsídio governamental. O estado falido deficitário e fraco foi coagido a assumir mais déficit. Ajudou o Pais aprofundar sua recessão prologando por mais um ano quem sabe dois a recuperação do PIB e agravando a situação do setor de cargas já difícil e a de todos.

Não a mal que sempre dure e bem que não se acabe. Toda economia vive de ciclo, apesar da fraca gestão do atual governo que não tem legitimidade e competência para implantar nenhuma reforma estamos a véspera de um pleito eleitoral onde nossas esperanças se renovam e podem criar expectativas que soltem as amarras que travam hoje o investimento no Brasil.



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